terça-feira, 22 de março de 2011

Os riscos do Bisfenol-A

Com a industrialização e a produção de itens em massa, vários materiais começaram a fazer parte de nossa vida. Um deles é o plástico. Se olharmos ao redor, veremos muitos produtos feitos com ele: garrafas, jarras, mamadeiras, etc

Porém, algumas substâncias químicas presentes nesses materiais podem fazer mal à saúde.

Um tipo de plástico chamado policarboneto, por exemplo, contém um ingrediente que tem sido alvo de pesquisas e polêmicas em alguns países - o Bisfenol-A. O motivo é simples: esse monômero foi classificado como um desregulador endócrino depois que estudos o relacionaram a diversas doenças.

"A composição química do Bisfenol-A é muito semelhante à do estrogênio. Assim, ele pode fazer o papel desse hormônio no organismo", afirma a Soceiedade Brasileira de Endocrinologia. O perigo dessa similaridade com o estrógeno está ligado aos desequilíbrios no sistema endócrino, como puberdade precoce,
câncer de mama e infertilidade.

Apesar de as pesquisas pelo mundo só terem sido realizadas com animais - por enquanto, pelo menos -, elas indicaram que o monômero foi o causador de males como diabetes, obesidade, alterações no comportamento e hiperatividade nos bichinhos. Então, até que se prove o contrário, existe a possibilidade de que o componente tenha o mesmo efeito em humanos.

Com tantas suspeitas a respeito da ação do Bisfenol-A no organismo humano, alguns países, como Canadá e Costa Rica, resolveram proibir seu uso. Outros ainda discutem se devem ou não restringir a substância.

Mas se livrar do componente não é fácil. Aqui no Brasil, por exemplo, ele está em diversas
embalagens de alimentos, recipientes plásticos usados na cozinha, revestimento interno de latas de alumínio, grande parte das mamadeiras plásticas - não existe marca brasileira sem o componente -, copos infantis e até resinas utilizadas em restaurações dentárias.

No caso das embalagens, o Bisfenol-A acaba contaminando o alimento contido ali. "E o pior é que não se sabe o nível de contaminação, já que não há leis que obriguem os fabricantes a informar esse dado". Em alguns plásticos, existe apenas a indicação da presença da substância. Para identificá-los, basta verificar um triângulo com o número três ou sete.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) informa que existe uma dose segura de Bisfenol-A, que pode ser consumida sem danos à saúde: 0,6 mg por quilo de alimento. "Porém, o componente permanece por um longo período no ambiente, e não se sabe quanto tempo fica no organismo humano. Assim, há o perigo de um efeito cumulativo", alerta a especialistas.

Então, vale tentar evitar o contato com o monômero. Algumas medidas aumentam a liberação dele para os alimentos: esquentar a comida contida num plástico no microondas, lavar o plástico com um abrasivo - como esponjas de aço e sapólio - e adquirir produtos ácidos armazenados em latas ou plásticos, por exemplo molho de tomate. Prefira comprar vidros de molho. Outra dica útil é se informar antes de adquirir mamadeiras ou chupetas - já existem marcas estrangeiras que não usam Bisfenol-A, além de mamadeiras de vidro.
Campanha
 O slogan "Diga não ao Bisfenol-A, a vida não tem plano B" já diz tudo. "O objetivo é alertar a população, entidades governamentais, ONGs e pessoas envolvidas em assuntos relacionados ao meio ambiente sobre os perigos dessa substância", conta a endocrinologista.
Existem outras substâncias capazes de substituir o Bisfenol-A na composição dos polímeros. "O ideal seria a substituição até que se prove que o BFA não é prejudicial à saúde".

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